
Fazem aproximadamente cinco meses que eu não posto nada nesse blog. A felicidade é a razão. Felicidade esta que demorei de encontrar. Felicidade que significa crescer. E todos sabemos que crescer não é tão fácil. Envolve riscos, envolve fazer o que não quer, envolve aprender (muito), envolve estar, por vezes, "por baixo". Mas resolvi crescer e mais do que isso, resolvi ser. Antes, me anulava por um deus criado pelos homens. Deus existe, disso não tenho dúvida, mas foram criados diversos deuses, que são tomados pelos homens que desejam o poder e que orquestram as suas adoradas ovelhas. Daí esses dias eu pensei em Jesus. Pensei: "Como seria Jesus hoje? Em uma sociedade capitalista, diversa, globalizada e extremamente doente?". Seria que Jesus e seus seguidores procurariam se isolar do "mundo"? Será que ele diria que os outros religiosos iriam para o inferno? Seria ele intolerante excluindo a possibilidade do diálogo? Enfim. Pensei na passagem da bíblia que Jesus senta com os "mundanos" para comer. Na passagem em que ele acolhe a prostituta. Não lembro de Jesus julgando. Lembro dele tendo posições firmes, chamando os hipócritas de hipócrita, por exemplo. Divagando, divagando. A cada dia nessa nova caminhada, longe das grades do cárcere moral construindo por um grupo, me sinto mais completo. Me sinto mais incerto com relação às questões do mundo, já que ele é tão grande. Um dia, um cristão fundamentalista me disse que "preferia a ignorância", pois assim poderia usurfruir de diversos serviços. Eu também preferia a ignorância, do sentir, do conhecer, do tentar entender aqueles que são diferentes de mim. Mas se você passa a ignorar, passa também a se anular. Vira um personagem superficial. Um mundano que busca "não pecar". Um medíocre, como qualquer outro. Não digo que sou superior, mas digo que busco ser eu. Procuro filtrar as influências, boas e ruins. Estava prestes a cair em uma depressão. Uma doença presente não só na igreja fundamentalista (anti-diversidade e anti-diálogo) que eu frequentava, mas no mundo "urbano" da contemporaneidade. A vida mundana, movida apenas pelos próprios desejos, emoções e razões, é igualmente uma merda. Sofri, mas hoje digo que me reergui. Valeu a pena sofrer, encarar e tentar a amar. Bem, tudo acaba, não é? Consegui o amor. Tenho conseguido, pois é um processo. Confio no Deus justo, Deus este que tem seus próprios e amplos critérios. Deus que vê por todas as lentes, ou seja, todas as perspectivas. Deus que não vê apenas por um buraquinho da fechadura. Cuidado, meus parceiros humanos! Cuidado com as garras do controle e da repressão, elas só levam a auto-destruição. Fui salvo. Por mim mesmo e por algumas pessoas especiais. Fui salvo e não tenho dúvida que Deus participou disso. Felicidade: sobrenome, apelido, estampa na carne e no espírito. Felicidade.
Gostei bastante desse texto, israel!!
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:* Clara
Lerei sim, Clara. ;)
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